O ginecologista e obstetra será o principal médico a acompanhar a vida da mulher passando por todas as fases. Ter alguém que seja atualizado, disponível e em quem a mulher tenha confiança é fundamental para o seu bem estar. Assim, o nosso papel é orientar sobre bons hábitos, prevenção de doenças, rastreamento de doenças e tratamento de patologias já existentes. Por isso, encontrar o ginecologis e obstetra correto é crucial na saúde da mulher.
1. Início da puberdade e do ciclo menstrual
A transição da infância para a vida adulta é marcada pela puberdade, momento único pelas suas peculiaridade. Uma speri de mudanças na menina que vai se tornando adolescente começam a acontecer. A primeira delas é o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, que são nas meninas:
- desenvolvimento e aumento das mamas;
- desenvolvimento de pilificação em regiões específicas, como pubiana.
De forma concomitante a isso a menina passa por um crescimento acelerado, chamado de estirão. Junto com todas essas modificações, pode começar a aparecer modificações na pele e cabelo, como aumento de oleosidade e presença de acne.
Nesse processo, após esse passo, o organismo continua produzindo uma série de hormônios, que aos poucos começam a funcionas de forma cíclica, cuminando na primeira menstruação, chamada por nós médicos de menarca. A partir de então é esperado que comece a apresentar o ciclo menstrual. Se no início ele acontecer de forma irregular não se preocupe, pode ser normal.
Mas por todas essas mudanças é fundamental a proximidade com um ginecologista de confiança. Isso porque é o seu papel explicar de como funciona o ciclo, o que é normal e o que deve motivar procura médica, quais os cuidados específicos no período menstrual e até mesmo desmistificar possíveis equívocos trazidos. Além disso o aconselhamento sobre contracepção e prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) é de extrema importância.
2. Planejamento reprodutivo
A partir da puberdade, mas também durante toda a vida adulta, o planejamento reprodutivo é crucial na vida da mulher. Já é cientificamente provado que gestações planejadas promovem maior saúde para a mãe e para o bebê.
Porém o planejamento reprodutivo é muito mais do que isso. Para uma mulher que deseja engravidar em algum momento futuro é fundamental orientar quanto as possibilidades e não apenas proteger de uma gestação atual. Explicando melhor: evitar uma gravidez no presente é relativamente simples. Mas explicar a queda da fertilidade da mulher que ocorre com o passar do tempo, e as possíveis estratégias para tentar driblar, é fundamental para uma decisão mais acertada. Assim, diminui-se a possibilidade de uma infertilidade no futuro, e principalmente, da frustração em saber que medidas poderiam ter sido tomadas, e não o foram por falta de informação e uma conversa franca.
Além disso, a escolha do método contraceptivo envolve uma consulta de muita conversa. Não é apenas explicar os riscos de cada método, mas principalmente as taxas de sucesso e os possíveis benefícios, assim como efeitos indesejados que podem ocorrer. E no momento em que vivemos hoje, em que a informação é ampla, mas muitas vezes a qualidade é duvidosa, quebrar alguns tabus sobre métodos contraceptivos é assunto recorrente na consulta do ginecologista. E lembrem-se, não é porque existe um método “do momento” que todo mundo adora, que ele vai ser bom para você especificamente, assim como o “vilão das redes sociais” pode ser para você um grande aliado.
3. Acompanhamento da gestação com obstetra
Quando a mulher decidir que chegou a hora de engravidar, é importante que seja planejado em uma consulta pré concepcional com seu ginecologista (leia mais aqui). Nesse momento, o acompanhamento de um obstetra que esteja familiarizado com situações de alto risco e seja atualizado é fundamental. Isso porque, fazer um pré natal básico nem sempre é capaz de identificar possíveis riscos e atuar antes mesmo que ele aconteça.
Um exemplo disso é o rastreio de pré eclâmpsia no primeiro trimestre, que infelizmente muitas vezes não é realizado. Ele é capaz de identificar pacientes de alto risco de desenvolver a doença, e iniciando a prevenção correta em momento oportuno o desfecho para a gestação é melhor. Leia mais sobre isso no artigo de pré eclâmpsia
Além disso, estar acompanhada por um obstetra atualizado nas melhores práticas, que nem sempre são “as da moda” é o caminho mais seguro. Algumas intervenções ou remédios acabam sendo erroneamente indicados para todas as pacientes, ou para muitas que não tem indicação. Um exemplo é o anticoagulante, que muitas vezes é prescrito para pacientes que não preenchem critérios para o seu uso. Além de caros, eles podem expor a paciente ao risco de sangramentos sem necessidade, podendo até mesmo complicar o parto e a gestação da paciente de forma desnecessária. Outros remédios ou vitaminas em excesso, que parecem inofensivas, podem se tornar um risco, principalmente expondo um bebê que ainda está em formação.
Não podemos esquecer um dos principais tópicos da gestação que é o parto. Conversar com seu obstetra e ver se ele está alinhado com suas expectativas é fundamental para não haver um desencontro no fim da gravidez. E, além de se informar durante todo o pré natal (e cuidado com a qualidade da informação) é imprescindível discutir sobre informações trazidas em consulta, e assim conseguir alinhar o que é mais segura para a mãe e o bebê nesse momento tão importante.
4. Acompanhamento próximo durante toda a vida adulta
Durante a vida adulta da mulher, o ginecologista irá acompanhar a saúde da mulher além da parte ginecológica. Isso porque acaba sendo o principal médico que acompanha a mulher Assim, estamos capacitadasa acompanhar as doenças mais comuns, e nos guiando nos pilares de prevenção e detecção precoce de doenças.
Da parte da ginecologia especificamente, o rastreamento de câncer de colo de útero e de câncer de mama são os pontos principais. Sobre o primeiro, é importante discutir com seu médico qual o melhor método de rastreamento para você, além de discutir a possibilidade de vacinação para HPV. Sobre o segundo, muito mais do que apenas pedir o mamografia anualmente a partir dos 40 anos, é fundamental discutir individualmente, com base na história familiar e aspectos pessoais, qual a melhor estratégia e frequência de rastreamento para você.
Porém, como o ginecologista irá ver a paciente como um todo, não podemos esquecer dos demais aspectos além da orientação de estilo de vida saudável. Sempre que possível esse assunto deve ser abordado na consulta, com base nas recomendações das principais sociedades, mas principalmente adaptando ao estado de saúde e realidade de cada indivíduo.
Além da prevenção, é importante investigar se o paciente já apresenta alguma doença que deve ser tratada. O exame físico, incluindo medição da pressão arterial anualmente, são estapas fundamentais da consulta ginecológica.
A entrevista clínica também tem sua importancia na identificação de doenças e riscos para tal. Além de já apresentar alguns sintomas que podem ser relatados, a identificação de hábitos de risco (como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e consumo de bebidas alcoólica), devem motivar orientações específicas, e tornam necessária a pesquisa de condições associadas.
Se identificadas condições comuns como hipertensão arterial leve, pré diabetes ou hipotireoidismo, por exemplo, o próprio ginecologista iniciará o tratamento, e também acompanhar sua evolução.
Além disso, outros rastreamentos e atualização da vacinação são parte do escopo do acompanhamento do seu ginecologista, e podem sempre ser debatidos. Para saber mais sobre o calendário vacinal, clique aqui.
5. Menopausa
Esse é um momento único e muito delicado da vida da mulher. Muitas alterações acontecem e se iniciam anos antes de realmente a menstruação parar de vir (marco dessa fase), o que acontece entre 40 e 55 anos, em média. Estar acompanhada por um ginecologista que possa apoiar e orientar essa mulher é fundamental.
As mudanças são diversas, além de o ciclo menstrual mudar muito, pode vis associada a outros sintomas como:
- ondas de calores;
- secura vaginal;
- irritabilidade;
- tremores;
- queda da libido;
- dores articulares;
- fadiga, dentre outros.
Apesar de as chances de engravidar nesse momento serem mais baixas, quando acontece, além de vir associada há mais riscos materno fetais, pode trazer uma série de outras preocupações devido a falta de planejamento. Sendo assim, manter a contracepção é importante, por mais que se torne mais desafiador nesse período.
Além disso, a grande questão quanto a reposição hormonal costuma surgir, e esse é um tema bastante complexo. Individualizar com o seu ginecologista é fundamental. Debater em consulta quais os reais benefícios e riscos (que muitas vezes diferem do que é falado em grupo de amigos) é importante para tomar uma decisão adequada. Quando indicado, debater quais tipos de reposição existem e são mais convenientes e seguros também fazem parte da consulta.
Além disso, o que já foi falado continua sendo válido e se torna ainda mais importante: adotar um estilo de vida saudável e realizar o rastreio e prevenção das principais doenças é primordial nessa fase da vida da mulher, e deve ser central na consulta com o ginecologista.